A Santa Casa da Misericórdia de Mondim de Basto é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), que pretende dar respostas sociais às demandas da população, mediante a concessão de bens e prestação de serviços. Esta Instituição foi fundada em 1935, pelo Comendador Alfredo Álvares de Carvalho Pinto Coelho, tendo como instalações iniciais um espaço designado por “Hospital Mondinense” que oferecia à comunidade os seguintes serviços:

  • Prestação de cuidados primários de saúde;
  • Uma ala com capacidade para o internamento de 14 doentes e uma outra com 4 quartos individuais;
  • Uma sala de operações.
Poucos anos depois da sua fundação, a Santa Casa criou a “Sopa dos Pobres”, com o intuito de fornecer diariamente uma refeição para as pessoas mais pobres do conselho. Em 1968, esta instituição, antevê a necessidade de apoio à terceira idade e com a cedência de instalações por parte da Câmara Municipal de Mondim de Basto cria um Lar de Idosos com capacidade para 55 utentes.
Visando a melhoria da qualidade de vida dos mondinenses, em 1976, a Santa Casa redirecciona, em exclusivo, a sua ação para o apoio à terceira idade e à infância. Sob a alçada do então Provedor, Eng. Alfredo Augusto Ferreira Pinto Coelho de Mendonça, assiste-se em 1985 à reconstrução e alargamento do antigo “Hospital Mondinense”, com o intuito de oferecer um melhor serviço aos utentes idosos.
Em 1996 dá-se um segundo alargamento do antigo hospital, motivado pela crescente necessidade de apoio à terceira idade, e que vem dar origem às atuais instalações do Lar de Idosos e Centro de Dia.
Já num período mais recente (2007), a Santa Casa da Misericórdia protagoniza uma reestruturação e alargamento das infraestruturas de apoio à infância, tendo como objectivo primordial o melhoramento da qualidade e bem-estar dos utentes, bem como dos funcionários. Passa deste modo a disponibilizar instalações de vanguarda às crianças do município de Mondim.
Tendo como objectivo central a melhoria da qualidade de vida de todos os Mondinenses, em especial o das populações idosas e infantis, a Santa Casa da Misericórdia de Mondim de Basto presta serviços de grande importância para o município, tais como:
  • Lar de idosos - Estrutura Residencial para Idosos
  • Centro de Dia;
  • Serviço de Apoio Domiciliário (SAD);
  • Cantina Social.
  • Creche;
  • Pré-escolar

Institucionalização do Idoso

Em Portugal os idosos representam, cada vez mais, uma faixa etária significativa, como apontam as estatísticas do envelhecimento demográfico. Assim, Lemos (2000) declara que as sociedades desenvolvam mecanismos que possam assegurar qualidade de vida dos que envelhecem. A Segurança Social, em 1996, definiu os lares de idosos como uma resposta social de alojamento colectivo, de carácter colectivo, em que este pode ser de carácter permanente ou temporário, destinado a idosos que perdem a sua autonomia/ independência. A definição de Lar de Idoso está consagrada no Despacho Normativo nº 12/98 de 25 de Fevereiro.

A institucionalização ocorre com base em três parâmetros. O primeiro, após a morte do conjugue, o idoso passa a viver sozinho e teme necessitar de auxílio e não o ter. Em segundo, quando o idoso sofre de uma doença ou queda e a casa não se encontra adequada para a nova situação. Por fim, quando a sua localização geográfica fica num local isolado e este pensa em morar num local mais adequado, como, por exemplo, a casa do filho ou um lar de idosos.

Para o idoso a institucionalização, é uma etapa que fica marcada pela saída da sua casa. De acordo com Hernandis e Martinez (2005), nesta fase o idoso tem que se adaptar a novas situações, a novas relações sociais, bem como a uma estruturação das rotinas diárias, em que as atividades dependem das normas que regulam a vida dos residentes e existe maior controlo sobre os aspetos vitais e perda de certas liberdades individuais.

 No processo de institucionalização o idoso é confrontado com alguns desafios inerentes à institucionalização, existindo um abandono do seu lugar, diminui o contacto com os seus familiares e vizinhos, dos seus animais de estimação e muitos dos seus pertences levando a a insatisfação, solidão e monotonia. No processo de adaptação é muito importante que todos os profissionais trabalhem em conjunto para proporcionar ao idoso uma adaptação rápida e fácil, mas o trabalho com as famílias é de extrema importância pois é nela que o idoso nesse momento confia. Com o passar do tempo e com a adaptação feita com sucesso o idoso tende a cooperar e a participar de modo ativo nas atividades promovidas pela instituição. O grande desafio que se coloca às estruturas residenciais para idosos é responder às necessidades individuais de cada residente pela personalização da prestação de serviços. Este é um factor crítico na área da terceira idade, quando constatamos que cada utente tem uma história longa e marcada e que deverá considerada na prestação de serviços.

 

Animação dos Idosos

Atualmente, a animação sociocultural assume um papel de extrema importância nas estruturas de terceira idade. Com o aumento da esperança média de vida, temos assistido a uma crescente procura de lares por parte dos idosos, mas também das suas famílias para dar resposta a tais factos, a Animação Sociocultural pode contribuir para um aumento da qualidade de vida, sendo um estímulo da vida mental, física, e afetiva da pessoa idosa.

A Animação Sociocultural pode ser defenida como um conjunto de práticas sociais que têm como finalidade estimular a iniciativa, bem como a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica em que estão integrados” (UNESCO, 2009). Através da animação, a pessoa idosa tem a possibilidade de combater a solidão e interagir com os demais. A vida do sujeito pode ser mais ativa, estimulante e possuir um sentido. Assim, a importância da animação social das pessoas mais velhas é facilitar a sua inserção na sociedade, a sua participação na vida social e, sobretudo, permitir-lhes desempenhar um papel, inclusive, reactivar papéis sociais

Na animação da terceira idade é fundamental gerar processos de participação, criar espaços para a comunicação de grupos e pessoas, levando os mais velhos a colaborar, no sentido de lhes proporcionar uma velhice saudável. Assim, a animação corresponde à dinamização e impulsionamento de atividades humanas, realizadas por grupos, nos diversos âmbitos que tocam a vida de cada um. Interliga-se com diversas práticas socializadoras, tais como: a educação, a identidade cultural, a atitude democrática, a democracia cultural, a participação, a criatividade coletiva, a crítica e a generalização da mudança social. Como afirma Jacob (2008: 32), a animação sociocultural na terceira idade, “incentiva os idosos a empreender certas actividades que contribuem para o seu desenvolvimento, dando-lhe o sentimento de pertencer a uma sociedade, para cuja evolução podem continuar a contribuir. A animação sociocultural deve não apenas encontrar-se como ponto de partida a de um processo de desenvolvimento, mas constituir-se como base ideal para despertar e aprofundar o nível de participação da população idosa em todas as etapas da sua implementação e estabelecer metas prioritárias, tais como a liberdade do individual ou social; a participação e a criatividade coletiva e autónoma. É sempre complicado estimular a sua participação nas atividades propostas, devido às várias limitações em que se encontram, quer pela idade, quer pelas condições de saúde muito distintas, as condições de solidão e os modos de vida que adotaram, a partir de certo momento da sua vida.  Assim os programas de animação sociocultural nos centros de dia e nos lares residenciais devem ser adequados a cada tipo de grupo com que o animador trabalha, estabelecendo-se alguns objetivos gerais e estratégias de implementação, de modo a possibilitar a esses coletivos, a realização pessoal, a compreensão do meio circundante e a participação na vida comunitária. Assim, consegue-se uma maior integração, a fim de que se oiça e se dê valor à sua voz e se tenha em conta as suas opiniões, capacidades, oferecendo-lhe a possibilidade de desfrutar da cultura.

 

Plano Anual de Atividades

O Plano de Atividades é um instrumento orientador da atuação ao longo de todo o ano, contendo o programa com as linhas gerais que irão guiar as atividades e os projetos das diferentes respostas sociais da Santa Casa de Mondim de Basto.

A planificação de actividades socioculturais da Santa Casa da Misericórdia de Mondim de Basto visa promover o envelhecimento activo em todas as suas dimensões. Todo o Plano de Atividades, assenta na premissa da importância de um serviço de proximidade, personalização e humanização na prestação de cuidados ao utente/cliente, focando-se nas suas necessidades, expetativas e potencialidades.

 

Não é com ilhas do fim do mundo,

Nem com palmares de sonho ou não,

Que cura a alma o seu mal profundo,

Que o bem nos entra no coração.

É em nós que é tudo.

É ali, ali, Que a vida é jovem e o amor sorri.

Fernando Pessoa

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